quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Policiais militares tem prisão decretada

A Justiça decretou nesta terça-feira, dia 13, a prisão temporária de quatro policiais militares acusados de integrarem um grupo de extermínio que age na região. Todas as vítimas do bando tiveram suas cabeças decepadas.
A Polícia Civil investiga pelo menos cinco crimes que ocorreram nos últimos seis meses e apresentam a mesma forma de execução. Os policiais que estão sendo acusados compareceram na terça-feira à delegacia seccional de Taboão da Serra, onde prestaram depoimento e acabaram sendo presos temporariamente.
Eles responderão, até o momento, por pelo menos um homicídio, cometido em setembro do ano passado em Itapecerica da Serra. A vítima teve sua cabeça, pés e mão decepados. Segundo Eliana Passarelli, promotora do Ministério Público Militar que cuida do caso, a intenção é dificultar o reconhecimento do corpo por familiares.
"Eles fazem isso para dificultar a identificação.
A prisão deles já poderia ter sido pedida três meses atrás, mas tivemos de esperar o resultado do DNA da vítima, o que sempre demora.
Familiares e testemunhas já tinham reconhecido o corpo, por causa da roupa e outras marcas, mas foi necessário o DNA", explicou ao Portal G1. A polícia investiga pelo menos outros três crimes que aconteceram nos últimos seis meses.
O modo como as mortes acontecem são idênticos: após serem mortos a tiros, as vítimas tiveram suas cabeças e membros arrancadas com um machado. O primeiro corpo apareceu no dia 11 de abril. Em maio, houve registro de mais dois casos.
Nos dias 9 e 22 de outubro mais duas pessoas assassinadas foram encontradas no mesmo terreno. Ao lado dos primeiros corpos encontrados pela Polícia Civil estavam objetos usados em rituais de magia negra, mas os policiais acreditam que essa tática foi usada pelos assassinos apenas para desviar o foco da investigação.
Das quatro vítimas, apenas uma foi identificada e é exatamente por esse homicídio que os policiais militares estão sendo acusados.
Antonio Carlos da Silva Alves, de 31 anos, portador de problemas mentais, foi reconhecido pela família através de uma tatuagem dois dias depois de seu desaparecimento. Antonio foi visto pela última vez no Jd. Ângela, Zona Sul da capital. De acordo com a promotora Eliana Passareli, testemunhas anotaram a placa da viatura no dia que Antonio Carlos foi abordada e levada pelos policiais.
Nos quatro casos, os corpos foram jogados no mesmo riacho em Itapecerica da Serra. Desde o início das investigações, os quatro policias estavam afastados do policiamento ostensivo e faziam serviços administrativos. Após os crimes, o que passou a ser investigado pela Polícia Civil grupo ficou conhecido como "higlanders", em alusão ao filme. "Existem indícios muito fortes que se trata de uma quadrilha de extermínio", afirmou um policial que pediu para ter sua identidade preservada.
Eliana Passarelli afirmou que foi aberto inquérito para investigar a atuação de um corregedor da Polícia Militar, que teria quebrado o sigilo de identidade e constrangido uma testemunha do caso, a irmã da vítima. "É crime de prevaricação e um mau serviço prestado à população". (Eduardo Toledo)

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