A máfia da venda de carteiras de habilitação atua em pelo menos 46 municípios de São Paulo. Um levantamento sobre a fraude no registro de biometria dos candidatos a motorista mostra que, além das 310 auto-escolas e centros de formação de condutores da capital sob investigação, como revelou o Estado ontem, outros 433 são suspeitos de terem participado das irregularidades no litoral e na região metropolitana, onde se concentra a ação da quadrilha.
A extensão e o tamanho do esquema são de conhecimento da cúpula da Polícia Civil desde fevereiro, mas se manteve em segredo a verdadeira dimensão do problema, como o fato de a fraude atingir em cheio o sistema de concessão de CNHs na cidade de São Paulo. Só quatro meses depois, em junho, com a Operação Carta Branca, é que delegados de trânsito foram afastados e providências para evitar novas fraudes foram tomadas. Até agora, ninguém foi responsabilizado.
A lista das Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) sob suspeita é de 46, assim como o das cidades, um número muito maior dos que as 14 que tiveram seus diretores afastados em junho, por decisão do governo, depois que surgiu o escândalo da venda de carteiras. A descoberta da fraude no sistema de biometria se deve a um delegado: Rafael Rabinovici.
Foi ele quem pediu à Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) que fosse feito o levantamento sobre o uso de uma mesma digital para o registro de mais de um candidato a motorista. Em 12 de fevereiro, Rabinovici entregou à direção do Detran a lista das 743 auto-escolas sob suspeita no Estado. Também listou as CNHs sob suspeita em cada região da Grande São Paulo, do litoral e da capital - 14 regiões e 46 cidades. O Estado teve acesso aos dados das regiões de Mogi das Cruzes e da capital. Nelas, a suspeita atinge 24.798 CNHs - 15.224 na capital e 9.574 de Mogi.
Em 27 de fevereiro, foi a vez de o diretor do Detran, Ruy Estanislau Silveira Mello, informar os então diretores da Divisão de Crimes de Trânsito, Nelson Silveira Guimarães, e da Corregedoria do Detran, Francisco Norberto Rocha de Moraes - afastado do cargo depois de a Operação Carta Branca 1 descobrir que policiais da Corregedoria haviam achacado integrantes da máfia das CNHs na Ciretran de Ferraz de Vasconcelos. Mas o inquérito sobre as fraudes só seria instaurado em 2 de junho, um dia antes da Operação Carta Branca.
Nem o governador José Serra (PSDB) nem o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Bretas Marzagão, quiseram ontem comentar a fraude. (Bruno Tavares e Marcelo Godoy, Agência Estado)
A extensão e o tamanho do esquema são de conhecimento da cúpula da Polícia Civil desde fevereiro, mas se manteve em segredo a verdadeira dimensão do problema, como o fato de a fraude atingir em cheio o sistema de concessão de CNHs na cidade de São Paulo. Só quatro meses depois, em junho, com a Operação Carta Branca, é que delegados de trânsito foram afastados e providências para evitar novas fraudes foram tomadas. Até agora, ninguém foi responsabilizado.
A lista das Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) sob suspeita é de 46, assim como o das cidades, um número muito maior dos que as 14 que tiveram seus diretores afastados em junho, por decisão do governo, depois que surgiu o escândalo da venda de carteiras. A descoberta da fraude no sistema de biometria se deve a um delegado: Rafael Rabinovici.
Foi ele quem pediu à Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) que fosse feito o levantamento sobre o uso de uma mesma digital para o registro de mais de um candidato a motorista. Em 12 de fevereiro, Rabinovici entregou à direção do Detran a lista das 743 auto-escolas sob suspeita no Estado. Também listou as CNHs sob suspeita em cada região da Grande São Paulo, do litoral e da capital - 14 regiões e 46 cidades. O Estado teve acesso aos dados das regiões de Mogi das Cruzes e da capital. Nelas, a suspeita atinge 24.798 CNHs - 15.224 na capital e 9.574 de Mogi.
Em 27 de fevereiro, foi a vez de o diretor do Detran, Ruy Estanislau Silveira Mello, informar os então diretores da Divisão de Crimes de Trânsito, Nelson Silveira Guimarães, e da Corregedoria do Detran, Francisco Norberto Rocha de Moraes - afastado do cargo depois de a Operação Carta Branca 1 descobrir que policiais da Corregedoria haviam achacado integrantes da máfia das CNHs na Ciretran de Ferraz de Vasconcelos. Mas o inquérito sobre as fraudes só seria instaurado em 2 de junho, um dia antes da Operação Carta Branca.
Nem o governador José Serra (PSDB) nem o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Bretas Marzagão, quiseram ontem comentar a fraude. (Bruno Tavares e Marcelo Godoy, Agência Estado)
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