terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sem-tetos de Embu pressionam vereadores

Cerca de 500 famílias do acampamento Silvério de Jesus, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), saíram em marcha, nessa quarta-feira (17), em direção à Câmara dos Vereadores de Embu das Artes (SP) reivindicando apoio político aos acampados, que exigem agilidade dos órgãos públicos para que possam ter moradia digna. Segundo o coordenador estadual do movimento, Guilherme Boulos, a estimativa é de que o número de acampados chegue a 800 famílias.
Em reunião ocorrida na terça-feira (16), entre comissão de negociação do MTST, representantes da Companhia de Desenvolvimento Habitacional (CDHU), da Prefeitura de Embu e da Caixa Econômica Federal, o governo do Estado, representado pela CDHU, se mostrou disposto a negociar com a proprietária do terreno ocupado, Teresa Basile. Caso não haja negociação, a CDHU pode desapropriar a área para as famílias do movimento.
Na reunião, também foi discutida a possibilidade da Caixa Econômica Federal conceder financiamento às famílias. No entanto, somente após de 10 dias de estudo, os técnicos da CDHU irão decidir sobre a viabilidade de se construir residências no terreno.

Por necessidade

As famílias estão acampadas desde o dia 5 de setembro no Jardim Nossa Senhora de Fátima, em Embu das Artes. Trata-se de uma área de 100 mil metros quadrados e possui cerca de 120 mil reais de dívida do IPTU com a prefeitura. Antes de acamparem nessa área, as famílias viviam em uma outra ocupação, que foi despejado com o apoio da prefeitura no início do ano.
Após o despejo, Guilherme Boulos conta ao Brasil de Fato que a maioria das famílias retornaram a residir em moradias precárias, como barracos em áreas irregulares ou com parentes. Segundo ele, a nova ocupação "não foi um planejamento político, mas uma necessidade".
Denominada Silvério de Jesus, a nova ocupação volta a reivindicar da prefeitura a retomada das negociações. Por enquanto, a prefeitura comprometeu-se a fornecer água, coletar de lixo e participar de reuniões com a proprietária e de assembléias no Acampamento para se posicionar diante das famílias.

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