segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Taxa do cheque especial ultrapassa 165%

A taxa do cheque especial, que vem subindo desde janeiro deste ano, alcançou o patamar de 165,4% ao ano nos 13 primeiros dias de agosto, segundo dados parciais divulgados pelo Banco Central. Com esse aumento, a modalidade já acumula em alta de mais de 25 pontos percentuais neste ano. Em dezembro de 2007, a taxa estava em 138,1% a.a.
A maior parte do aumento se deve ao spread bancário, diferença entre a taxa de captação dos bancos e o percentual cobrado nos empréstimos aos seus clientes. Em julho, a taxa do cheque especial estava em 162,7% ao ano, sendo que 151 pontos percentuais se referem ao spread bancário. A taxa é a mais alta desde agosto de 2003, e o spread desde julho daquele ano.
Com a alta dos juros, foi verificada redução de 1% no saldo de crédito concedido nessa modalidade, apesar do aumento de quase 20% acumulado no ano.Juros A alta dos juros bancários foi generalizada no início de agosto, segundo os dados parciais do BC.
A taxa geral de juros para pessoa física e jurídica subiu de 39,4% no final de julho para 40% ao ano na parcial do dia 13 de agosto. Para pessoa física, o juro médio subiu de 51,4% para 51,9% a.a. Para as empresas, de 27,5% para 28,1% a.a. Mais uma vez a alta está sendo puxada pelo spread, que subiu de 25,6 pontos percentuais para 26,5 pontos.
Apesar desse aumento, o volume de crédito continua crescendo, com alta de 1,4% para o consumidor e de 2,1% para as empresas no início de agosto.Recorde No mês passado, o volume de crédito bateu recorde em termos percentuais e alcançou 37% do PIB (Produto Interno Bruto), com R$ 1,086 trilhão.
O volume de financiamentos cresceu 1,7% no mês e acumula alta de 32,7% em 12 meses, de acordo com o Banco Central. No mês anterior, o crescimento em 12 meses estava em 33,4%, o que significa que houve uma leve desaceleração na alta entre junho e julho.
Em termos percentuais, o recorde do volume de crédito era de janeiro de 1995, quando estava em 36,8% do PIB. A expectativa do BC é que o percentual de crédito termine o ano em 40% em relação ao PIB. (Eduardo Cucolo)

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