terça-feira, 10 de março de 2009

Demissão de 120 provoca greve na Niasi

Os funcionários da Niasi, uma das maiores indústrias de Taboão da Serra, entraram em greve nesta quinta-feira, dia 5, após a empresa anunciar o corte de pelo menos 120 vagas. Segundo o Sindicato dos Químicos, ligado a CUT, esse número pode ser maior. “A Niasi não quer tratar as demissões como dispensa coletiva, por isso resolvemos parar”, afirmou Luis Carlos Gomes, diretor do sindicato.
De acordo com o sindicato, quando uma empresa realiza a dispensa coletiva, ela precisa negociar benefícios e outras vantagens para os demitidos. “Na quarta-feira foram mandados embora 40 funcionários e na quinta mais 80, para nós isso configura uma dispensa coletiva”, afirmou. A Niasi tem cerca de 980 funcionários em sua linha de produção.
As informações obtidas dão conta que cerca de 80% da linha de produção da Niasi foi afetada com a greve. O sindicato fala em paralisação total da produção. “Nós protocolamos a pauta de reivindicação, mas a empresa não quis abrir negociação”, afirma Gomes.
Segundo a assessoria de imprensa da companhia Hypermarcas, detentora da marca Niasi, o que houve foi um ajuste. "A Hypermarcas informa que realizou um ajuste de pessoal na fábrica da Niasi (Taboão da Serra-SP). Foram 104 demissões, o que representa menos de 1,7% do seu quadro atual de colaboradores diretos e indiretos. Trata-se de uma adequação anual devido a sazonalidade na produção da unidade fabril. As outras fábricas encontram-se operando normalmente".
Na manhã desta sexta-feira, uma comissão formada por três dirigentes sindicais e dois trabalhadores tentavam um acordo com a empresa. Além das demissões, o sindicato pede que seja revista a participação nos lucros e resultados da empresa.
Outra questão em pauta colocada pelo sindicato é o aumento da produção e a diminuição de funcionários no setor. “Os funcionários estão tendo que trabalhar mais rápido, em um ritmo maior, o que pode causar doenças por esforço repetitivo”, lembra o diretor do sindicato. Funcionários da Niasi, que pediram o anonimato, disseram que a crise mundial não afetou a empresa. “Muitos funcionários estão precisando fazer hora extra, a produção tem aumentado”, disse um grevista. O Sindicato afirmou que a Niasi justificou os cortes como “parte de reestruturação da empresa”. Entre os grevistas estava o vereador Wagner Eckstein, do PT, que disse que estava prestando solidariedade ao movimento grevista. “Vamos repercutir politicamente essa demissão coletiva, na Câmara Municipal muitas soluções estão sendo debatidas para minimizar o impacto da crise e queremos ajudar nessa situação da Niasi”, afirmou. (Eduardo Toledo)

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