O presidente francês, Nicholas Sarkozy, se mostrou a favor de expandir o Grupo dos Oito (G8), integrado atualmente pelos países mais industrializados e a Rússia. Sarkozy quer incluir as nações emergentes, entre elas Brasil e México. Em entrevista publicada nesta segunda-feira, 7, pelo jornal japonês Yomiuri, Sarkozy diz que o G8 deveria promover o diálogo com as nações emergentes do G5, que é integrado por Brasil, China, Índia, África do Sul e México.
O presidente francês indicou que o G8 precisa expandir-se para demonstrar que toma decisões "com justiça", em referência à crescente relevância dos países emergentes no mundo. Sarkozy afirmou este fim de semana em Paris que "não é justo nem razoável" que apenas oito países se reúnam para discutir os problemas do mundo, quando este é "universal".
As pretensões do Brasil e de outros países emergentes que vêm participando como convidados nos últimos anos das reuniões de cúpula do G8 de se incorporarem ao grupo das potências econômicas mundiais, transformando-o em G13, estão longe de se concretizar, dizem especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
Esses cinco países possuem 40% da população mundial e tem entre eles potências econômicas como a China, quarta maior economia do mundo, e o próprio Brasil, 10ª economia mundial. Além disso, esses países vêm em sua maioria mantendo taxas de crescimento bem acima da média global.
Mas apesar de comentários isolados como o do virtual candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, defendendo a exclusão da Rússia do G8 e a incorporação da China e do Brasil, esta é uma realidade ainda distante, segundo a BBC Brasil ouviu de diplomatas e analistas. "A expansão não é de nenhuma maneira inevitável", observa Christopher Wright, professor de política da London School of Economics e diretor-executivo do G8 Research Group, comunidade acadêmica dedicada a estudar as ações do grupo.
"O modelo de pequeno clube vem funcionando muito bem para os países do G8. Eles sabem que é mais difícil chegar a um consenso em grupos grandes", afirma Wright. "A inclusão de mais membros também afetaria o poder de todos nas negociações. Os países menores do G8 perderiam especialmente com a expansão. Então eles devem resistir a isso", explica.
"O G8 precisa se desenvolver para envolver cada vez mais as economias emergentes mais influentes nas discussões sobre os principais temas globais, como mudanças climáticas, segurança energética, desenvolvimento internacional e a economia mundial", disse em uma nota o Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, em resposta ao questionamento da BBC sobre sua posição em relação à expansão.
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